BAMBAS IMORTAIS

Hoje vamos falar de uma das figuras mais importantes no universo do samba, um rapaz de pouca idade que fez uma obra autoral imensa que atravessou gerações, o inolvidável NOEL ROSA.

Carioca nascido em Vila Isabel aos 11 de dezembro de 1910 num parto complicado ( nasceu " à ferro", fórceps ), fato que marcou para sempre a sua vida. Com vários problemas de saúde, entre eles uma deformidade no maxilar devido ao fórceps, sempre foi super protegido pela mãe, que certa vez sabendo que o filho iria à uma festa no sábado à noite, escondeu todas as suas roupas: estava dado o motivo para o primeiro grande sucesso do mestre: "Com que Roupa". Foi com a mãe também que aprendeu, desde muito cedo, a tocar o bandolim, mais logo acabou adotando o violão, instrumento do pai, como companheiro inseparável. Chegou a ingressar na faculdade de medicina mais logo se decidiu pela boemia e pelo samba que era sua vocação mais forte. Da faculdade só restou o samba "Coração" e ainda com alguns erros de anatomia! Seu primeiro grupo foi o Bando dos Tangarás ao lado de Almirante, João de Barro e Henrique Brito. Noel passava as noites nos cabarés e chegava mesmo a compor mais de uma canção por dia.Em oito anos de atividade compôs mais de 250 canções. Teve inúmeros parceiros como Ismael Silva, Cartola, Almirante, Vadico e incontáveis são os intérpretes para as suas músicas. Entre as que ele mais gostava estavam Aracy de Almeida e Marilia Batista.
Suas obras retrataram a política, a cultura, as injustiças sociais, a urbanização caótica do Brasil e principalmente do Rio de Janeiro do seu tempo.
Em certo momento de sua carreira, quando já conhecido e respeitado através das rádios e jornais, Noel respondeu a verso aberto uma canção de um outro sambista chamado Wilson Batista que falava sobre os sambistas e a malandragem. Wilson não se calou e escreveu outra música também a verso aberto respondendo a de Noel: deu-se início uma série de canções que ficaram conhecidas como a Polêmica entre Wilson e Noel. Desse período surgiram algumas composições fantásticas como Feitiço da Vila, Palpite Infeliz e Terra de Cego de Wilson, que posteriormente teve a letra modificada por Noel nascendo assim a única parceria entre os dois: Deixa de Ser Atrevida.
Como boêmio inveterado, Noel, mesmo depois de descobrir que sofria de tuberculose, não abandonou a noite e os vícios, vindo a falecer no dia 4 de maio de 1937 aos 26 anos de idade, deixando uma lacuna irreparável no cenário musical nacional, e se imortalizando através de sua fabulosa obra.

O BANDO DOS TANGARÁS



ARACY DE ALMEIDA CANTA NOEL